2 de abril de 2010

O AMOR, O SENTIDO E A CALMA

Vamos e venhamos, o que faz sentido? O carro amassado? o pano sujo no quintal? as coisas em desordem? um livro de física? um caderno borrado de tinta? ou de lágrimas? Dados fora do tabuleiro? coringas faltando no baralho? O botão da calça jeans velha descosturado? O amor?
  Não entendemos, nem devemos entender o sentido do amor, não é algo descritivo, se recorremos ao pai dos burros o próprio presume em singelas palavras: Sentimento que induz a aproximar, a proteger ou a conservar a pessoa pela qual se sente afeição ou !atração; grande afeição ou afinidade forte por outra pessoa. Será que um Aurélio está mais correto que um poeta? Ah , os poetas... navegantes nesse oceano chamado amor, recorrendo a astutas fases de descobrimento, matando monstros diários e escrevendo reflexões em seus diários de bordo. Pegamos o simples exemplo, famoso por sinal, de Camões. [...] Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer. [...] Tal amor indescritível nos leva a uma pergunta. Eu amo?
  E porque não? Se o amor fosse algo proibido seria atentador, se o amor fosse secreto seria revelador, se o amor fosse estrangeiro seria imigrante, se fosse natural seria puro, se o amor fosse contraditório seria injusto, se o amor fosse justo seria monótomo demais, se fosse modorrento seria morto demais , se fosse morto talvez seria vivo de menos e assim por diante. O amor se liga aos pontos, aos fatos, aos adiantes... O amor induz, reproduz, afeta. Paixão é amor sim. Amor é paixão em partes. Quando plantamos o amor recolhemos os frutos e esperamos pela próxima germinação, se não há germinação o que há de se fazer com a árvore? Tudo é útil.
  Devemos parar para pensar o que realmente vale a pena, pois o amor está ai, dando cara a tapa pra bater não? FODA-SE. Foda-se o amor. Ele não presta mesmo... [Se não prestasse as crianças não procurariam um primeiro amor para descobrir seu afeto, demonstrar seu carinho e assim achar o que pensar sobre isso.]
  Normalmente devemos saber que de tempos em tempos ocorrem grandes tempestades, principalmente no mundo de hoje, normalmente a meteorologia nem consegue entender... Apenas aceitar. Pois bem, aceite. Lembramos que após as tempestades o céu abre novos caminhos para o sol que ilumina as cabeças pensantes de nosso povo e acima de tudo nos dá energia para enfrentar o resto. O que é o resto? O carro amassado? o pano sujo no
quintal? as coisas em desordem? um livro de física? um caderno borrado
de tinta? ou de lágrimas? Dados fora do tabuleiro? coringas faltando no
baralho? O botão da calça jeans velha descosturado? O amor?
  Não sei ao certo. Amamos sim, nem sempre descobrimos isso, mas às vezes o melhor é não descobrir mesmo, apenas amar, amar e aceitar o destino como ele é ou querer mudá-lo, com toda a convicção do mundo e também a sabedoria da calmaria pós transtornos. Então aceite, mude, arrume e ame.





B. Bellato

Nenhum comentário: