Presentearam-me com mais um sábado vazio. Ninguém. Nada. Como
se a vida se resumisse em 24 horas de um fim de semana, fim de inverno. É
apenas reflexo do que é desejado, é escondido, é imperfeito. Somos imperfeitos,
a vida é imperfeita. O corpo que tu usas, a música grunhida no LP, a coruja que
te olha quando dormes, os homens de terno caminhando na rua. É a vida
imperfeita, é o ciclo perfeito.
Vento exposto, garotas com sede de prazer, álcool a
rodo, homens a caça, música repetitiva e chata, um cigarro do capeta, dois, três,
uma carreira, um carro, um motel, ou não, um simples sorriso no rosto, simples
ilusão de madrugadas saturnas, seja feliz nas últimas horas da sua semana
banal. Seja feliz fazendo o que deseja.
E minha pessoa, espera o domingo chegar, sem ânimo de
suportar o saber que perdeu mais 48 horas da sua vida, escrevendo besteiras e
pensando nas vidas alheias de quem admira a lua com o queixo ao alto, pois não
se tem teto para quem tem liberdade. Não se tem sono para que tenha amizades,
não se tem vida para quem não é de verdade, só se tem segundas feiras mornas e
uma nova esperança de um futuro Sábado melhor.
B.
Bellato
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