“De alguma forma, todos
os dias alguém bate à nossa porta
e nos convida a desistir.”
(Caio F. Abreu)
Descansar é raro nos dias de hoje, não suporto mais a
quantidade de motivos em que minha mente faz questão de elaborar apenas para
não despreocupar-me com o que parece ser uma vida agitada, como se eu levasse
uma vida tão agitada.
Talvez até tenha alguns desencadeamentos para uma semana
difícil, um mês chato, e um ano totalmente sem perspectivas, mas o que
realmente importa para a minha pessoa não é o trabalho, o salário ou o que
beber no final de semana. Importa-me a segunda feira bem dormida, a terça de
academia e a quarta de cabeça vazia, mas como digo: descansar é raro.
O raro se torna ainda mais forte quando se tem muito
mais planos mirabolantes na cabeça, ideias imbecis, e pensamentos suicidas, não
há mais graça, não há mais graça nos finais de semana e nem nas segundas, pois
não há mais dias bem dormidos. Não há descanso. O raro, enfim, se torna nulo.
Apenas o que me vem na cabeça agora é como eu poderia
ter nascido, vivido e até me relacionado diferente com diversas pessoas e situações,
não consigo parar de pensar em mim, diferente de mim. Não pertenço mais a esse
corpo, essa mente, essa vida.
E nessa de tentar apagar, esquecer, relembrar, esqueço-me
de viver, ou não importo mais mesmo. Não vejo mais graça nem na xícara de café
da manhã de domingo, se ainda houvesse café depois do meio dia de sono. Será
que a vida acabou? Ou devo estar com sono excessivo? Acho mesmo é que a
realidade mostrou-se a mim, da forma que ela é, nítida, simples e concreta.
Viver não é uma arte, é um caos.
B. Bellato
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