
Um mágico só começa a desistir de sua carreira quando
sua varinha quebra, seu publico começa saber de seus segredos e nem sequer mais
um coelho sai de sua cartola. Não posso ser um mágico, mas tenho quase os
mesmos motivos para apenas sobreviver. Afinal, deixar de viver ou não, nunca
fez parte de nossas escolhas.
O que faço parado em mundo robotizado? De horas mal
vividas, trancafiadas no alvoroço do trabalho, ou no ócio de casa, não consigo
mais encontrar motivos concretos e suficientes para me manter em pé este tempo
todo. Como se cada momento em que respiro, vai embora uma parte de mim, uma
parte dos meus antigos sonhos e uma parte do meu passado, que mesmo singelo,
merece respeito por ter me satisfeito.
Talvez o que ainda me segure não seja nem os meus
planos, meus fatos ou meus enganos, o que me segura ainda é minha base, que
mesmo sendo desmoronada, desrespeitosa e desrespeitada, faz com que eu me lembre
de que poderia ficar pior não a mim, mas ao meu circulo pessoal.

E como o tempo é o único vilão e herói do meu ser,
deixo o tempo fazer sua parte, enquanto continuo ligado no automático, vendo
horas, dias, semanas e meses passar, e agindo o possível, sonhando com um
futuro melhor, e relembrando de um passado de gratidão com o divino, por ele
ser tão bonito quanto deveria ser. O diamante bruto espera para ser lapidado com
o tempo...
B. Bellato
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