12 de novembro de 2012

Quatro horas de insônia


Difícil esta sendo conseguir dormir pensando na vida. Os instintos foram extingues perante o tempo que se passou, não vivo, sobrevivo. As armaduras do meu ego foram atravessadas pela dor do presente degradado de insatisfações. Se é que ainda existe um futuro próximo e feliz, como os dias bonitos e alegres em que não me importava com fatos como os atuais, que esse futuro aproxime-se de uma vez.
Um mágico só começa a desistir de sua carreira quando sua varinha quebra, seu publico começa saber de seus segredos e nem sequer mais um coelho sai de sua cartola. Não posso ser um mágico, mas tenho quase os mesmos motivos para apenas sobreviver. Afinal, deixar de viver ou não, nunca fez parte de nossas escolhas.
O que faço parado em mundo robotizado? De horas mal vividas, trancafiadas no alvoroço do trabalho, ou no ócio de casa, não consigo mais encontrar motivos concretos e suficientes para me manter em pé este tempo todo. Como se cada momento em que respiro, vai embora uma parte de mim, uma parte dos meus antigos sonhos e uma parte do meu passado, que mesmo singelo, merece respeito por ter me satisfeito.
Talvez o que ainda me segure não seja nem os meus planos, meus fatos ou meus enganos, o que me segura ainda é minha base, que mesmo sendo desmoronada, desrespeitosa e desrespeitada, faz com que eu me lembre de que poderia ficar pior não a mim, mas ao meu circulo pessoal.
Mesmo ouvindo de que faria falta apenas nos recentes instantes de minha possível morte, tento não pensar em morrer. A morte não é a única saída. Eu creio que ainda é possível reverter essa incrível situação, assim que como ela apareceu de repente, deve ir da mesma forma. O real dialogo é que a maioria dos problemas que envolvem essa situação não podem ser solucionados facilmente, então deixo o tempo agir.
E como o tempo é o único vilão e herói do meu ser, deixo o tempo fazer sua parte, enquanto continuo ligado no automático, vendo horas, dias, semanas e meses passar, e agindo o possível, sonhando com um futuro melhor, e relembrando de um passado de gratidão com o divino, por ele ser tão bonito quanto deveria ser. O diamante bruto espera para ser lapidado com o tempo...


B. Bellato

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