31 de dezembro de 2011

Uma contagem regressiva...


Escrito dia 30 de Dezembro de 2011.



Poderia escrever milhões de insultos provocados por um tremendo mal estar, mas fui eu o causador da situação um pouco constrangedora, um pouco rebelde e muito eficaz nas minhas decisões futuras.  Foi um grande erro, eu sei, mas não posso fazer com que ele seja consertado a essa altura do campeonato; A única coisa que posso fazer é parar de tentar ser como eu jamais fui.
E como sou? Talvez a pergunta ainda não seja realmente concreta, mas sou um velho gagá de seus 60 e poucos anos, atrás daquela aventura que não consegui realizar nos meus anos de juventude. Sou aquele homem que na beira do fracasso não tem muitas forças para conseguir se reerguer, sou aquele anti-qualquer coisa que me deixe à beira da loucura e da solidão.
Amar é perdoar, é sofrer, é esperar e o caralho a 4 como sempre a multidão ovacionada pelo sentimento diz, mas preciso ter amor acima de tudo da minha pessoa e de meu caráter. Quero sobreviver a essa sociedade desumana, mas para que isso ocorra, talvez seja melhor eu me desfazer daquele antiquário nude que guardo com tanto carinho na prateleira das minhas jóias raras.
Não quero ser o que as pessoas querem que eu seja, mas infelizmente vivo num mundo que não é muito meu hoje em dia, com suas regras ditaduras mesquinhas que demonstram a ignorância de seus governantes. E o que geralmente acaba acontecendo é que eu desconto em pessoas que não tem nada a ver com isso, mas que também fazem com que esse ciclo vicioso besta de ser o que eu devo ser seja mantido, infelizmente, indiretamente.
Amanhã é o último dia do ano, queria poder estar mais que feliz por esse ano que passou, com toda sua graça de ser algum ano importante, e que realmente foi, mas tenho que começar e limpar a sujeira que está acumulada por alguns anos passados, mesmo que seja nestes dias que estou de férias do meu tédio confortável, da minha casa, e passo a me entregar num jogo malicioso de desdém pessoal, aqui em uma cidade litorânea cheia de estereótipos nojentos, inclusive os que convivem comigo.
Olhando para o mar pela janela e escrevendo esse desabafo, que muitas pessoas poderiam achar aquela prolixidade, eu consigo me encontrar em minhas próprias linhas. É gozado, mas ao mesmo tempo esquisito em saber como isso me desabafa e me deixa mais calmo, só por saber que aqui eu me encontro, mas o assunto não é esse.
O assunto é: Quando que eu farei toda essa limpeza renovadora na minha vida? Eu já devo saber a resposta, mas enquanto isso, eu prefiro acreditar que quando eu terminar de escrever aqui e deitar minha cabeça no travesseiro desconfortável que tenho, eu possa acordar amanhã com outras respostas e justificativas das quais me deixariam um pouco mais feliz, ou talvez até com um milagre acontecendo, pois apesar de tudo, milagres podem acontecer segundo os cristãos praticantes com que convivo.
Espero eu não sonhar com essa desgraça que passei hoje, e sim espero que eu sonhe com um mundo do meu jeito, pelo menos no qual eu queria viver e que é possível, espero que nesse ano que irá começar seja um ano de reflexão e metamorfose do meu espírito com as pessoas que vivo, ou que seja o fim do mundo mesmo.
Feliz ano novo pra você que não agüenta mais sua vida velha. E parabéns por ler mais um dos meus textos em que não tenho nenhum orgulho de digitar.


B. Bellato (vulgo O Bellatore). 

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