19 de janeiro de 2012

Anjo de Prateleira


Enquanto o mundo vira nulo;
 Em tempos de ignorância;
 A derrota jamais vem à tona.
 Quando o Sol toca o monte sob-erguido de arranha céus;
O cigarro é pouco para a vitória;
Mesmo que em versos livres;
Eu demonstre minha virtude.

De que adianta vanglorizar?
Subentender-se afatos sociais?
De que vale a pena apenas o real?
De que vale governar uma alma?
Se os prazeres proibidos ainda me perseguem.

O importante é a fumaça;
Fraca, cinzenta, fedorenta;
Perfeita sobre a luz negra que avança noite adentro;
E me deixa perfeito sobre o fosco olhar do medo.

Nem a luz do sol;
Daqui algumas horas;
Vai fazer com que a vitória e a derrota;
Não andem de mãos dadas;
Nas ruas horizontais do centro pobre da cidade.
Cidade sedenta de orgulho.

Enquanto o anjo que comprei,
Ocupa a prateleira lustrada,
Trazida de Brunei,
Multifacetando o rosto,
Do homem inteligente que já fui,
De que sou, e de que serei.
Ou não...

B. Bellato (Vulgo O Bellatore)

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