A vida tem lá aquela merda toda que te gruda na sola
do seu sapato, também chamada de mente por alguns, o difícil mesmo é aceitar
como você veio para este mundo, com tantas formas exageradas e negativas. Raras
são as pessoas que conseguem enxergar o seu lado bonzinho dessa porra toda.
Chega uma hora que qualquer um cansa, e eu já meio
que estou cansado um bom tempo, escondendo por intermédio de pequenas máscaras
sociais o que eu realmente sinto, e quando eu acho um beco se quer para me descontrair,
parece que o resto do pessoal com qual convivo diariamente, ou até os que eu vejo
por pouco tempo, fazem questão de demoli-lo. Então, você aguenta, engole, se
trata por meio de profissionais, e repete tudo isso novamente, entrando num ciclo
sem fim de perversidade moral sobre o seu próprio ego, ou o que restou dele
depois destes tempos.
Já na próxima fase, o paciente, seja eu ou qualquer
inútil no mundo dos humanos felizes, sofre de constantes ameaças das pessoas
que você ama, dizendo que você é fraco demais para certas coisas ou que é para
você parar de graça porque existem pessoas passando fome, ou gritando por uma
cirurgia entre muitas outras desgraças. Então, imaginando toda essa situação
medíocre, percebe-se que a maioria das pessoas que abrem a boca pra tentar te
colocar em um lugar melhor acaba te machucando ainda mais e fazendo com que o
buraco fique ainda mais embaixo.
Batem-se as palmas para o último ato: O doente, ou o
imbecil mesmo, se recolhe no quarto, lembra-se do passado, das ultimas coisas
boas que fez na vida, e escreve textos parecidos com esse citando frases como “Odeio
minha família”, “não tenho amigos” e “deveria ter pensado nisso antes”. Quanto ao final, há os felizes, de vitórias e
adaptações para os meios sociáveis do planeta, os que não terminam em nenhum
lugar e os fúnebres mesmo, da melhor categoria dos suicídios.
Pena que eu ainda não quero terminar o meu enredo.
B. Bellato
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