Ninguém
nunca repara para olhar os seus próprios erros, mas os erros alheios todos
sabem. Ninguém nunca se encaixa perfeitamente em absolutamente nada, mas é
assim que começamos a obter alguns traumas. Eu por exemplo, só não consegui
vários como também está quase impossível de encontrar uma saída para os tais.
Se é
difícil conviver com eles no cotidiano? Digo que não. Mas uma hora o que era
apenas uma faísca atrapalhando-lhe, se torna o combustível necessário para uma
explosão anormal de uma banalidade besta. E como sempre, sentimentos poderosos
e perigosos lhe vêm à cabeça para transformá-lo em um monstro sem alma.
Cansado
de ser segunda voz, o desencontro, o perdido em conversas bestas e o nunca
valorizado como verdadeiro, a maré da inveja bate nos muros da praia da
esperança como uma ressaca de ira. O importante agora é mudar, ou ao menos
tentar, ser diferente é tão normal, mas ser normal aos olhos dos outros que é
complicado. O problema mesmo é que eu sempre me interesso pela opinião alheia.
Só sei
que cansei de ser trouxa, como se os trouxas fossem como eu... Não os
menosprezando, mas assumo que nem trouxa sou, sou apenas alguém querendo algo
além da linha do trem, que Deus ou seja lá o que for, ofertou-me diante da vida
em que nasci.
B. Bellato
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