Não possuo vontade de escrever poesia, não sou poeta,
apenas expresso o que guardo dentro de mim em rascunhos, mal uso canetas... Não
gosto de canetas, canetas são como a vida, só se escreve uma vez, e depois que
se tenta apagar acaba-se borrando e complicando ainda mais situações.
Mas sobre que venho dialogar com o almaço, o sulfite
ou até um bloco de notas hoje é sobre o maldito amor. Impossível apagar o amor,
considerando o mesmo sentido de comparação das canetas com a vida, o amor é a
pior caneta que existe, o amor é aquela caneta tinteiro que você usa desde que
começou sua vida profissional, aquela da qual você não desgruda, não esquece,
não guarda em qualquer lugar e não usa para qualquer assinatura.
O amor é aquela caneta que desliza a cada palavra que
você escreve durante o dia, é aquela caneta que você sabe que enquanto a tinta
estiver fresca pode borrar o papel, mas continua usando, pois é impossível
trocar aquela caneta mais bela do mundo, a mais útil e a que te faz mais
sentido na sua vida por qualquer caneta esferográfica de alguns centavos que se
encontra em qualquer lugar.
Não há motivos para trocar o que lhe faz bem, mas às
vezes é necessário. Afinal, um dia a tinta da sua caneta preferida vai acabar e
você vai querer recarregá-la. Então vem a questão mais difícil da sua humilde
rotina: Pagar mais caro para trocar a tinta da caneta antiga e prosseguir persistindo
em um erro da qual você já sabe que irá vivenciar novamente ou comprar uma
caneta nova, cara, que tente deslizar entre a sua mão da mesma forma que a
antiga? Enfim, nem sempre conseguimos trocar o que nos faz mal, mas nos
sentimos seguros, a apenas mais uma aposta, mais uma caneta que nem se sabe até
quando a tinta irá durar. E encarecidamente, não se esqueçam do contexto da
comparação presente em mais um desses rascunhos.
B. Bellato
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