23 de setembro de 2012

Canetas Tinteiro


Não possuo vontade de escrever poesia, não sou poeta, apenas expresso o que guardo dentro de mim em rascunhos, mal uso canetas... Não gosto de canetas, canetas são como a vida, só se escreve uma vez, e depois que se tenta apagar acaba-se borrando e complicando ainda mais situações.
Mas sobre que venho dialogar com o almaço, o sulfite ou até um bloco de notas hoje é sobre o maldito amor. Impossível apagar o amor, considerando o mesmo sentido de comparação das canetas com a vida, o amor é a pior caneta que existe, o amor é aquela caneta tinteiro que você usa desde que começou sua vida profissional, aquela da qual você não desgruda, não esquece, não guarda em qualquer lugar e não usa para qualquer assinatura.
O amor é aquela caneta que desliza a cada palavra que você escreve durante o dia, é aquela caneta que você sabe que enquanto a tinta estiver fresca pode borrar o papel, mas continua usando, pois é impossível trocar aquela caneta mais bela do mundo, a mais útil e a que te faz mais sentido na sua vida por qualquer caneta esferográfica de alguns centavos que se encontra em qualquer lugar.
Não há motivos para trocar o que lhe faz bem, mas às vezes é necessário. Afinal, um dia a tinta da sua caneta preferida vai acabar e você vai querer recarregá-la. Então vem a questão mais difícil da sua humilde rotina: Pagar mais caro para trocar a tinta da caneta antiga e prosseguir persistindo em um erro da qual você já sabe que irá vivenciar novamente ou comprar uma caneta nova, cara, que tente deslizar entre a sua mão da mesma forma que a antiga? Enfim, nem sempre conseguimos trocar o que nos faz mal, mas nos sentimos seguros, a apenas mais uma aposta, mais uma caneta que nem se sabe até quando a tinta irá durar. E encarecidamente, não se esqueçam do contexto da comparação presente em mais um desses rascunhos.
B. Bellato

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