Corpo. Carcaça. Feita de água, garota, olhe-a. É o
que os sarados, preparados, diagnosticados de suplementos, ratos de academia,
namorados dos halteres, necessitam. Mas não são só eles que pensam no corpo,
pensam no que é necessário a ser visado perante a sociedade nos dias de hoje.
Os frangotes, fracos, mirrados e frágeis também pensam em melhorar, mas não
porque querem, e sim porque são “levemente” empurrados, forçados a malharem.
Sim, é ótimo malhar, desenvolver qualquer tipo de
atividade física, o que não é bom, e deixa de ser saudável, são essas manias de
comparações de milímetros, o maldito tanque que não aparece, as centenas de reais
gastas em suplementos, que realmente não são necessários. Mas se você estivesse
no lugar dos magrelos, em meses de academia, se não aparecesse resultados
significativos, o que faria? Pararia, obviamente.
E entre as comparações, os resultados, entramos no álcool,
nas comparações novamente, na perda de capacidade e de satisfação, ganhamos um
resfriado forte, paramos de malhar. Sentimos falta. Mas se iniciarmos a rotina
masoquista novamente, estaríamos voltando aos centímetros, quilos, tanques, e
tudo o que não mais se quer. Insatisfação com o corpo.
Sempre tive certa admiração pelas esculturas de
deuses, semideuses, guerreiros e até santos, com corpos sarados, bem
estruturados, mas também pena. Não são reais, não existem corpos reais nos
tempos antigos, não existem corpos perfeitos.
O que existe hoje, são suplementos que acabam com o corpo por dentro,
mas o deixam estruturados por fora, anabolizantes contrabandeados e encontrados
com qualquer criatura gigantesca e inflada em academias, unidos obviamente com
estimulantes sexuais.
Antes vale um refresco carbônico no fim de uma
tarde de calor, um chopp no fim de expediente, uma tequila nos sábados de
loucura, ou um vinho nos sábados vazios, do que um café com leite e creatina? Não
sei, só sei que reflito... Se estivesse nascido nos tempos de antigamente,
depois de morto, seria esculpido com um corpo digno de guerreiro ou com um
corpo esquelético, sobressaliente de costelas grandes e braços finos? Gostaria
de saber se nos dias de hoje belos conteúdos formam belas capas depois de obras póstumas ou conhecidas.
B. Bellato
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