25 de outubro de 2012

Mais uma derramada


Não sei, acho que uma lágrima foi derramada, não intencionalmente. Talvez fosse apenas uma lágrima que saiu batida entre as pálpebras. Pode até não ter sido intencional, mas foi uma reação, reação ao meio, ao que acontece todos os dias. Mil razões para viver, nenhuma à sua satisfação. Faz parte da vida, faz parte se amedrontar.
Lágrima maldita que deixou tudo mais pesado, mais complicado de ser interpretado, mais inesquecível. Dormir foi apenas mais uma das reações, o corpo pode até ter descansado, mas a memória continua falha e doente. Impossível conviver com mentes doentes. Impossível conviver com a própria mente doente.
Não dói mais, as dores somem em um calejar moral, as situações veem, são mostradas diante dos seus olhos ardentes, prontos para derramaram mais lagrimas, mas o que faz segurá-las é a fortaleza de experiência, seja boa ou má, que existe por dentro. E mais uma vez o coração é afetado pelo cérebro, e o mais interessante na vida, novas experiências, se tornam ignoradas, pacatas e banais.
Talvez essa lágrima derramada seja apenas uma reação de sono, de quem está cansado de dormir pouco. Mas talvez esta mesma lágrima esconda muito mais segredos do que a maioria das pessoas pode imaginar. Lágrima incontestável, lágrima inesquecível, lágrima imperdoável.


B. Bellato

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