Não sei, acho que uma lágrima foi derramada, não intencionalmente.
Talvez fosse apenas uma lágrima que saiu batida entre as pálpebras. Pode até
não ter sido intencional, mas foi uma reação, reação ao meio, ao que acontece
todos os dias. Mil razões para viver, nenhuma à sua satisfação. Faz parte da
vida, faz parte se amedrontar.
Lágrima maldita que deixou tudo mais pesado, mais complicado de ser
interpretado, mais inesquecível. Dormir foi apenas mais uma das reações, o
corpo pode até ter descansado, mas a memória continua falha e doente. Impossível
conviver com mentes doentes. Impossível conviver com a própria mente doente.
Não dói mais, as dores somem em um calejar moral, as situações veem, são
mostradas diante dos seus olhos ardentes, prontos para derramaram mais
lagrimas, mas o que faz segurá-las é a fortaleza de experiência, seja boa ou má,
que existe por dentro. E mais uma vez o coração é afetado pelo cérebro, e o
mais interessante na vida, novas experiências, se tornam ignoradas, pacatas e
banais.
Talvez essa lágrima derramada seja apenas uma reação de sono, de quem
está cansado de dormir pouco. Mas talvez esta mesma lágrima esconda muito mais
segredos do que a maioria das pessoas pode imaginar. Lágrima incontestável,
lágrima inesquecível, lágrima imperdoável.
B. Bellato
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