Se o mundo acabar, nos últimos momentos de minha vida
não quero recordar-me de teu rosto, tão limpo, alvo, e desejado. Não quero recordar-me
de teu tom de voz, grunhido, mas suave, juvenil, nem adulto ou criança. Não
quero lembrar-me de teus sorrisos fora do comum, ou de nossos momentos, que,
espontaneamente, é o que ainda mais fere dentro de mim.
Quer saber? Se um dia o mundo for mesmo acabar,
queria morrer diante aos teus pés, como sinto hoje e os mais recentes dias de
minha ociosa vida, ou talvez contentar-me-ia morrer abraçado fortemente a ti,
fazendo de nossos corações, pó, cinzas de dois seres humanos que nunca
experimentaram um ao outro como deviam, ou como só eu desejo infinitamente em
meus sonhos de noites de verão.
Ah se o mundo acabasse... Ah se o mundo acabasse...
B. Bellato
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