
Deixo o cabelo desleixado, as unhas roídas, o beijo
lembrado. Deixo o peito doendo, a cabeça à mil e o rosto marcado, eu deixo.
Deixo os pés descalços, a vontade de colher fruta no pé, a vontade de comer
fruta no pé, disse mesmo que deixo as vontades? A vontade é a fragilidade dos
homens fortes, talvez a deixe um dia.
Deixo ele ir, deixo ela ir, ontem já deixei, amanhã
eu deixarei. Deixo, deixas, deixam. Eu deixo a vida tomar rumos, deixo o
universo trabalhar sozinho, deixo meu mundo, aquele do qual ainda nem sei se
pertenço direito. Eu o deixo, ou ele deixa-me? Não compreendo, não importo, eu
apenas deixo os que sempre querem seguir em frente...
B.
Bellato
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