Muitas vezes sinto que tenho a liberdade em mãos, mas
deixo-a ir como qualquer dente de leão que se despedaça entre aquele vento mais
forte que desce de uma colina gelada, onde o Sol não bate há muito tempo.
Talvez seja isso a liberdade, um mero dente de leão.
Um dente de leão é feito de pequenas partes, sendo
cada parte essencial, unindo-se todas, formando uma bela figura. A liberdade é
feita de partes também, mais da união de fatores. Ir à Liberdade novamente deixou-me besta em
ver como o mundo é grande, e que permanecer sempre sentado em um mesmo local deixa-me
preso a muitas situações desnecessárias.
São Paulo não deixa de ser São Paulo, mas a capital
tem seu ar de monumental, de gigante, excêntrica, noturna, hoje penso que São
Paulo anda mais parecida comigo do que Sorocaba. Sampa nunca dorme, nunca para,
e chora, mesmo que em poucas e finas lágrimas um pouco a cada mês.
Liberdade é ser liberto de seus anseios, esquecer
seus problemas, deixar um pouco sua vida rotineira de lado e traçar alguns
proveitos pelas poucas horas que lhe restam para sentir o que você nunca sente.
Liberdade é ter aquele sorriso no rosto, é abraçar seus amigos com saudade,
dançar freneticamente sem se importar com os outros ao seu redor, é ler, é
brincar com seus gatos, é ter aquele frio na barriga, e libertar aquelas
mariposas que lhe deixam extasiado com um belo beijo de fim de noite.
Liberdade é pagar quarenta reais em um prato enorme
de comida oriental próximo à Rua da Glória, é andar pela Av. Paulista durante a
noite e perceber que você é simples também, é sentir uma energia diferente no
Vergueiro e se acabar no Pinheiros. Liberdade é andar e brincar com os
cachorros no Ibirapuera, comer um hambúrguer pensando na noite passada e voltar
pra casa com um cansaço de quero mais, mesmo sabendo que toda aquela sua vida
volta à mesmice na Segunda-Feira.
Liberdade é viver sozinho e se ver sozinho, mesmo que
com fé, por pouco tempo. É como Fernando Pessoa meditou certa vez: “A liberdade
é a possibilidade do isolamento. Se te é impossível viver só, nasceste escravo.”
B. Bellato
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