4 de março de 2013

Fuja!


Fuja! Fugir em algumas situações é sim o melhor remédio, fuja para a praia em que mais gosta, olhe para o mar, acenda um cigarro talvez, ou não, apenas admire a imensidão azul e se sinta calmo por um tempo. Fuja para o campo, colha as pequenas flores de um arbusto, ou os legumes do chão, cozinhe-os em um sopa e seja feliz enrolado em um cobertor admirando a imensidão verde. Fuja para o norte e encontre logo aquela Amazônia quente e desejada para os gringos, fuja para o nordeste e se delicie com o acarajé ou com a baiana mesmo. Fuja para o Pantanal, tenha suas histórias de pescador, fuja dos jacarés talvez. Fuja para o Rio, ria e sambe, como se o dinheiro não fosse acabar. Fuja para Sampa, cante até o amanhecer sobre a garoa. Fuja para o Sul, sinta o frio do sul, e o “chê” de nossos gaúchos.
Fuja para Nova York, Los Angeles, Toronto, Londres, Roma, Madri, Amsterdã, Tokyo, Pequim, Sidney, Buenos Aires. Fuja para o Caribe, para as Ilhas Caimã, para a Groelândia ou Antártida, mas apenas fuja. Fuja para as colinas!
Fuja daquele seu dia tenebroso de trabalho, de seus amigos falsos, de seus inimigos cativantes. Fuja de seu chefe, ou da sua família que não lhe compreende bulufas, Fuja de seus ex, de seu não melhor amigo mais, ou de sua histérica namorada, fuja de interrogatórios, quando mais precise fuja, fuja da sua vida, ou do que lhe restou, depois do que o próprio mundo tirou e fugiu com ela.

B. Bellato

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