Cansei. Cansei dos fatos errôneos das babaquices do
coração, dos sonhos malucos encharcados de ficção quando o Sol refletir em meu
rosto numa manhã de quarta. Cansei da tosse alérgica, da garganta inflamada,
dos pés gelados e do café com leite requentado. Cansei do meu rosto marcado,
das feridas invisíveis de um peito aberto e do pensamento onde quase ninguém
imagina.
Imagine um mundo real, pena que ele mal existe. Se eu
ando tão fatigado das lúcidas e breves relações com qualquer espécie do planeta,
das verdadeiras amizades de duram horas, das boas ações mal calculadas e das
paixões cruéis em que me rodeio raramente é porque o mundo serve apenas de cenário
para a rotina intermitente do meu circulo de vida. Pena que o circulo mal existe.
Viver nada é mais do que deixar seus cacos de vidro
no chão, alguém um dia pode prestar certa atenção, agora retirá-los do chão ou
desviá-los do caminho não depende mais de ti. A vida tem suas confusões.
Sonhei com algo hoje que fez-me refletir sobre os
extintos do nosso corpo. Uma mente vazia, um corpo são; uma mente cheia, um corpo
estirado sobre qualquer colchão. Talvez seja por isso que a fadiga anda batendo
em minha porta. Pena que ela mal existe como o mundo, é só impressão...
“Cansei de virar as páginas. Está na hora de mudar de
livro.” (Caio F. Abreu)
B. Bellato
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