Ouvi os ruídos que o vento vazia em uma noite
razoavelmente gelada de outono. Escrever em madrugadas de domingo fazem mais
sentido. Nos domingos que percebemos o quanto somos escravos de um sistema
chulo, sujo, de más conexões intra e intercorporais. Não sei dizer ao certo,
mas sinto que a vida segue cada vez mais um rumo inevitável, fugir do sistema é
a saída de sua pessoa da sociedade em que vivemos.
Mas estava nos ruídos do vento, do meu desabar de emoções,
do expelir de sentimentos feitos sobre qualquer rascunho de papel ou qualquer
pagina aberta sobre um computador, temos aqui a causa incompleta de um ser
humano que busca o alívio de sua vida em um expressar sobre palavras.
Tempos difíceis, árduos, tempos de aprendizado. Sobre
o sol da manhã da seguinte que se sucederá a esta madrugada, devo acordar são
de sonhos, viver uma vida pesada, mas com a promessa de um futuro estável, o
jovem de mochila sobre as costas e pontas de ilusão deve dar passagem a um
homem rígido de coração, bom de raciocínio e jogador, afinal, a vida não deixa de ser um jogo.
Mesmo sem ter nenhuma intenção de jogar sobre o que chamamos de vida, ter os ritos de passagem sobre o mundo em
que ganhamos nosso sustento sempre nos torna mais fortes. E é só disso que eu
solicito para as forças astrais superiores nestes tempos de cão, força.
A força de ao fechar os olhos esquecer os momentos
mais entristecedores que se passaram nesses vinte anos, força de regular os
sentimentos sobre qualquer espécie de ser humano, a raça talvez mais perigosa
do universo, força de levantar todos os dias da cama e imaginar que em um
futuro próximo, seremos mais que simples operários do sistema, e que sim,
faremos diferença sobre um grupo de pessoas raras que obtiveram sucesso em sua
fuga contra tudo o que os cercavam.
Não se define uma vida. Tenho a intenção em
colocar pontos finais sobre os assuntos diversos em que tiram o meu sono, pena
que o que já é certo neste longo livro que damos o nome de vida é que só
existem vírgulas sobre as linhas brancas. O único ponto final que temos é
escrito nas considerações finais, onde assinamos e entregamos nossa obra
completa à Deus.
B. Bellato
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