1 de julho de 2013

Dicionário

Não compreendo mais as estrelas, gigantes por si só, mas pontos ao olho nu dos terrestres mortais. Gostaria a mesma guia que elas possuem. Nascem e morrem por si só, vivem sobre a escuridão do universo, mas possuem sua própria luz. Luz de estrela só se apaga com a morte.
Não compreendo o frio, que vêm e vai com o girar da Terra sobre o Astro Rei. O império gelado que permanece sobre os meses tristes do hemisfério sul, o frio tem sua beleza, mas mata. A real dor do frio só se esquece com a morte.
Não compreendo a vida. Quem compreende a vida? Sábio é aquele que vive sem encontrar razões para viver. A vida é ilumina, mas se apaga. A vida é bela, mas mata. Mata os sonhos. Às vezes acho que sonhos são engenhocas produzidas pela mente humana que se une o pensar de um futuro com as mais belas noites mal dormidas. Sonhos são metas para alguns, sonhos são apenas sonhos para outros. Não compreendo sonhos também. Assim como as estrelas, o frio e a vida. Talvez sonhos não são necessários serem compreendidos. Freud talvez mal tenha vivido procurando os significados dos sonhos.
Qual a real razão para se preocupar se não se compreende os sonhos, o frio, as estrelas e a vida? Talvez seja a mesma razão da qual o homem criou a roda, a utilidade. Se não há vida útil, não há felicidade.
Talvez agora passe a compreender a felicidade. De um dicionário intrapessoal, surge seu significado sobre o destaque da palavra:

FELICIDADE (Fe-li-ci-da-de)
- 10 letras
- 5 vogais
- 5 consoantes
Significado: A utilidade da qual vive o ser humano. Sentimento do qual se produz a vida útil. O prêmio de sonhos. O troféu de metas.
Fulano obteve felicidade quando descobriu o que significava a mesma.

Compreendo agora a felicidade. Ainda faltam os sonhos, o frio e as estrelas. A vida eu deixo pra lá.


B. Bellato

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