Não quero mais pensar em você, sentir
seu cheiro sobre o meu colo. Não quero mais vivenciar teu sorriso, rir contigo.
Não quero abrir a boca pra beijar-lhe, fechar a boca para não ter que discutir.
Não quero olhar para os lados e ver que você não se encontra comigo. Não quero pensar
em você quase todas as noites e perguntar-me com a cabeça no travesseiro desconfortável
se você faz a mesma coisa. Sei que você não faz, mas insisto em pensar que
ainda há duvidas.
Não quero mais lembrar-me do seu
tato, da sua voz, e do quanto tal combinação afeta meus sentimentos mais
impuros. Não quero pensar nos pecados que cometemos, mesmo que no nosso mundo,
ou apenas no meu, só haja o paraíso sobre todas as formas de amar você. Não
quero saber de suas viagens, de seus amigos, da sua família ou do seu ego, camuflado
sobre tanta beleza abstrata que esplandece sobre sua felicidade em viver. Não
quero mais ouvir nossas músicas ou ler nossos poemas. Não quero mais brincar de
se esconder, de fingir que nada aconteceu. Infelizmente acontece.
Não quero despedidas. Se dizer que
não quero mais você, minto. Não quero mais sofrer. É divergente. Mesmo que
despedidas doam, não quero dizer para a minha vida continuar como se nada
tivesse acontecido. Não quero encerrar o que o destino pode fazer com que acabe
bem. Mesmo não querendo mais pensar em você, quero mesmo é que você volte.
Volte para ser enfim o que mais desejei com a cabeça sobre o travesseiro, mas
enquanto isso prefiro o não querer mais escrever sobre ti.
B.
Bellato
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