7 de abril de 2014

O Apanhador

Durante as insistentes horas, o sono exalta a inconsciência dos marginalizados pensamentos rotineiros de um sonhador mal iluminado. Sobre as estratégias pacientes de uma infinidade de prazeres que não obtinha, jovem por si só, não só de corpo, mas de pensamentos inseguros sobre um futuro incerto, repousava sua nuca sobre os ombros de Hipnos, que ligeiramente abre um sorriso encarnando em seu corpo com a sutileza em ser Deus.
Sonhava com anjos, que sem penas nem corpos mostravam ao jovem o real sentido da vida, que como a brisa marítima da manhã, se encarrega em trazer o calor e o frescor da felicidade. Sonhava com o ciano, trazendo a tranquilidade sobre o firmamento que se perdia na mente inciso-moralista e incapaz de conduzir seus próprios destinos durante o sono e a vida.
Nunca fora dono de si mesmo, mas o apanhador de sonhos já não era mais privilegiado sobre a carcaça. O rodo cotidiano tomara conta como o senhor do engenho, deixando o inseguro acomodado e o pobre de bem, também, pobre de alma.
Hipnos, durante as noites, só possuía a fantasia,que trazia sobre a brisa marítima e o firmamento ciano, o desejo e a esperança em ver a vitória se erguer sobre o apanhador, não só de sonhos, mas de alma.




B. Bellato

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