30 de junho de 2015

Resfriado

     Andando sobre a calçada de pedra bem gelada ainda do sereno intenso da noite anterior passei diante de dois pardais que voaram assustados para o primeiro fio de energia, eram talvez um casal, já que no inverno muitos animais possuem a tendência de possuir parceiros para se proteger do frio. Inclusive humanos.
     Mas o que me restava naquela manhã meio acinzentada de Sol fraco era apenas o último resfriado que peguei fumando meu baseado na noite de quinta. Fui veloz buscar respostas, por onde andam os pares dos outros? Não que cada um tenha um par, mas ali a questão era mais por onde andavam os reais interesses das pessoas em viver com a harmonia e a gratiďão de proporcionar ao seu próximo momentos e memórias agradáveis e felizes.
    Com mais de um ano sozinho pude perceber que o mundo está farto de mecanizadas almas diante do espetáculo tão bonito que é a vida.
   Cheguei ao ponto de ônibus aguardando próximo ao único calor, ainda fraco, que o Sol proporcionava. Um vizinho esquizofrenico me desejou bom dia e atravessou a rua, avistou no plhar um cão tão preto como grafite e o desejou bom dia, fez um carinho nele e o mesmo o agradeceu com o abanar de seu peludo rabo.
    Admirei a cena e pensei. Se o mundo tivesse mais pessoas como o vizinho que mal sabe o que faz perante suas próprias amizades, talvez conseguisse um pardal que seja para se aquecer até que a primavera chegue.

B. Bellato

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