5 de julho de 2015

A graça dos 22


Adaptação do texto de Karina Perussi.

Talvez com os vinte e dois anos batendo à porta, imagino neste momento que crescer foi a pior coisa que me aconteceu, sabemos enfim, que contos de fada não existem, que amores de novela não existem, e que ainda há as esperanças de um novo alvorecer diante dos olhos de um jovem rapaz ainda confuso, indeciso e preocupado.
Então descobri que o mundo é frio e egoísta, e que talvez ele nem tenha culpa por isso, que você deve perdoar, que deve ser competitivo para se dar bem e mais que necessário é dar o seu melhor sobre tudo o que faz. Fazer algo que goste, e que não tenha medo de mudar, de sonhar com alguma coisa melhor e lutar por ela. Muitas vezes você se sentirá fraco, mas o segredo é não desistir.
Nunca pense que não merece o que acontece de bom ou de ruim pra você. Esta é uma das mais lindas oportunidades que a vida lhe dá em ser uma pessoa melhor e especial, os melhores brotos de um jardim foram os que sobreviveram ao frio de uma madrugada.
Lembre-se que oportunidades e palavras ditas nunca voltam. Então, aproveite as oportunidades e aprenda a medir as palavras. Saiba que dar conselhos é fácil, o difícil é enxergar o outro como se vê a si mesmo. E mais difícil ainda conhecer a si mesmo. Nascemos e morremos com a sensação de que não descobrimos nada da vida.
Chore o quanto puder, e der vontade, garotos também choram. Não acredite no destino, mas aposte suas fichas em você. Lembre-se dos reais amigos, eles podem não estar presente fisicamente, compartilhar dos mesmos gostos que você, podem não ser o que desejava para seu círculo de confiança, mas são eles que vão te recuperar quando você cair. Não perca amigos por bobagens, releve as palavras, demonstrando a humildade que se mostra a confiança.
Não reclame demais das coisas, apesar de ser difícil não abrir a boca por aí lamentando de seus fracassos, saiba que as vitórias precisam estar mais em destaque do que eles. Cuidado com as vitórias também, há sempre alguém de olho nas suas.
Acredite nas memórias, acredite no que te fez ser quem é agora. Acredite nas pessoas, elas são como você, e precisam se entender também, e principalmente acredite no futuro, ter medo do futuro é absolutamente normal,  se algum medo passava em minha cabeça quando estava com doze, eu não me recordo, mas os 32 que poderão estar mais próximos com certeza me apavora.

O que não posso me esquecer é que ainda tenho sonhos para realizar, missões a cumprir. E que posso cair centenas de vezes, mas cada queda deverá ser um impulso para me por novamente em pé. Acordei hoje pensando que 21 se foram e que a graça dos 22 está na palma da minha mão. Basta querer abrir um sorriso. 



B. Bellato

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